segunda-feira, 25 de junho de 2012

Quarto Capitulo [1/?]


Saiu abalada. Como aquilo foi acontecer? Era notável que sempre foi muito desastrada, mas, pensar tão alto para todos da sala ouvir? E o pior, fazer Hannah se sentir mal por isso, foi tomar um balde de água gelada com direito a choques de 220 volts.  Mas agora que estava fora da sala, tinha que procurar por sua amiga, ela precisava se desculpar. Antes mesmo de encontrá-la, Kya começava a pensar milhares de coisas que poderia dizer e que poderia ouvir, por conta de tantos pensamentos seu rosto ruborizava, as lágrimas quentes vinham sem que ela pudesse controlar.
- Em que tipo de inferno ela se meteu? – Resmungava a garota do rosto extremamente vermelho, enquanto não achava Hannah em nenhum lugar do colégio. De repente ela parou no meio do pátio e bateu com a mão na testa. Como poderia ser tão lerda assim? Kya correu para o banheiro, e encontrou sua amiga recostada em uma das pilastras a olhando.
- Você demorou. – Disse séria.
- Hannah, me perdoe, eu não queria ter feito aquilo, é que... É que... Eu... Você sabe né? Às vezes penso demais, me irrito fácil com os pensamentos... Então... Sabe que eu não queria... Você sabe né? – Provavelmente não teriam palavras o suficiente para descrever o quanto Kya estava nervosa e embaraçada.  Apertava as mãos por trás das costas e olhava para o chão, do mesmo jeito que uma criança quando ouve um sermão. Tinha os olhos carregados de lágrimas, esperando só a primeira palavra de Hannah para desaguarem pelo seu rosto. Era toda tensão, ela não se mexia, ela mal respirava, poderia dizer até que o tempo parou, pois não conseguia ouvir nada do que estava acontecendo no mundo a fora. Era só tensão...
- HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA! – E essa foi a reação de Hannah ao ver toda aquela cena a sua frente. Desabou em um riso descontrolado, debochado, tinha escorregado pela pilastra para sentar-se. Sua barriga doía e tinha dificuldade para respirar por conta da gargalhada. Evidente que Kya a olhou com espanto, não entendia o que se passava. Era algum tipo de pegadinha? Tinham armado contra ela? O que havia de engraçado naquele papelão que havia passado na sala? Ela tinha vontade de balançar a amiga e pedir explicações, de gritar e fazer aquela loira parar de rir. Mas antes que tomasse iniciativa, Hannah secou os olhos lacrimejados e respirou fundo. – Você precisa ver sua cara, olhe-se no espelho, está hilária! Kya, Kya, como pode ser tão desatenta assim? Já pensou que os coordenadores da escola podem mandar seus pais te levarem em algum psiquiatra?
- Mas... Você... Você saiu da sala! Pensei que a havia constrangido, e que estava magoada. Por qual inferno você saiu?
- Ou saía, ou iria rir de você em frente a todos. Aposto que não seria eu a ficar constrangida. Depois ainda me acusariam de bullying!
As primeiras reações foram de incompreensão, depois de medo. Que garota estranha. Mas não demorou muito para que a tez de Kya relaxasse, colocando uma mão na testa e a outra no ombro da amiga, aos poucos a boca ia contorcendo, tremendo, criando um sorriso, a respiração se tornava falha. Logo estava a gargalhar loucamente, e como em um bom companheirismo Hannah tratou de gargalhar junto.