sexta-feira, 13 de julho de 2012


Quarto Capitulo [2/?]


- Ei Hannah, estou ansiosa pelo final de samana! Poderemos fazer tantas coisas! – Dizia limpando as lágrimas de riso do rosto. Antes que terminasse de limpar, Kya foi jogada contra a parede e sentiu Hannah pegar em seu queixo.
- Iremos fazer desse final de semana, o mais inesquecível de nossas vidas, cara Write! – Beijou a testa da amiga e sorriu, estendeu a mão convidando-a para retornar a sala. Kya nem pensou, apertou a mão da amiga e voltaram felizes para a sala, ignorando todos os olhares. Menos um.
- TPM, sabe como é, não é professor?- disse Hannah.
O resto da aula aula transcorreu normalmente, mas as palavras de Hannah ecoavam na mente de Kya, “O mais inesquecível”, o que seria tão especial assim? A curiosidade não a deixava em paz. O que ela poderia estar tramando? Controlava-se para não olhar para trás. Provavelmente riria se visse o rosto da amiga, era a única coisa que poderia fazer. Poderia também estar criando espectativas demais, poderia não ser nada, ser especial só pelo fato de estarem juntas em meio a toda aquela beleza. Mas tudo que é inesquecível, é muito, mas muito especial, não é? Hein? É sim. Ela soltou risinhos de pura felicidade.
Atrás de Kya, aparentemente entrosada na aula, Hannah fingia prestar atenção. Pensava no mesmo que Kya, ela dissera que seria inesquecível, havia tomado coragem enfim. Mas o que diria? Como diria? E se ela não aceitasse? E se aceitasse? Tudo era uma confusão em sua mente. Não negava, ainda tinha medo por desejar outra garota, desejar a sua amiga... Mas, era amor, e sendo amor, estava tudo bem, não é? Hein? Talvez. Não, precisava ser. Queria que Kya a olhasse e sorrisse. Ama o sorriso dela. Bem verdade, amava qualquer coisa dela. A amava. O sinal tocou, era hora de ir. Elas iriam caminhando juntas para casa, iriam se separar na mesma esquina, iriam estudar, dormir. Bem, Hannah faria isso, Kya provavelmente iria comer, ler livros, mangás, assistir a animes, jogar e por fim, dormir. Na sexta não haveria aula, Hannah iria para a casa da amiga, iriam viajar pela tarde. O final de semana inesquecível estava a chegar.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Quarto Capitulo [1/?]


Saiu abalada. Como aquilo foi acontecer? Era notável que sempre foi muito desastrada, mas, pensar tão alto para todos da sala ouvir? E o pior, fazer Hannah se sentir mal por isso, foi tomar um balde de água gelada com direito a choques de 220 volts.  Mas agora que estava fora da sala, tinha que procurar por sua amiga, ela precisava se desculpar. Antes mesmo de encontrá-la, Kya começava a pensar milhares de coisas que poderia dizer e que poderia ouvir, por conta de tantos pensamentos seu rosto ruborizava, as lágrimas quentes vinham sem que ela pudesse controlar.
- Em que tipo de inferno ela se meteu? – Resmungava a garota do rosto extremamente vermelho, enquanto não achava Hannah em nenhum lugar do colégio. De repente ela parou no meio do pátio e bateu com a mão na testa. Como poderia ser tão lerda assim? Kya correu para o banheiro, e encontrou sua amiga recostada em uma das pilastras a olhando.
- Você demorou. – Disse séria.
- Hannah, me perdoe, eu não queria ter feito aquilo, é que... É que... Eu... Você sabe né? Às vezes penso demais, me irrito fácil com os pensamentos... Então... Sabe que eu não queria... Você sabe né? – Provavelmente não teriam palavras o suficiente para descrever o quanto Kya estava nervosa e embaraçada.  Apertava as mãos por trás das costas e olhava para o chão, do mesmo jeito que uma criança quando ouve um sermão. Tinha os olhos carregados de lágrimas, esperando só a primeira palavra de Hannah para desaguarem pelo seu rosto. Era toda tensão, ela não se mexia, ela mal respirava, poderia dizer até que o tempo parou, pois não conseguia ouvir nada do que estava acontecendo no mundo a fora. Era só tensão...
- HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA! – E essa foi a reação de Hannah ao ver toda aquela cena a sua frente. Desabou em um riso descontrolado, debochado, tinha escorregado pela pilastra para sentar-se. Sua barriga doía e tinha dificuldade para respirar por conta da gargalhada. Evidente que Kya a olhou com espanto, não entendia o que se passava. Era algum tipo de pegadinha? Tinham armado contra ela? O que havia de engraçado naquele papelão que havia passado na sala? Ela tinha vontade de balançar a amiga e pedir explicações, de gritar e fazer aquela loira parar de rir. Mas antes que tomasse iniciativa, Hannah secou os olhos lacrimejados e respirou fundo. – Você precisa ver sua cara, olhe-se no espelho, está hilária! Kya, Kya, como pode ser tão desatenta assim? Já pensou que os coordenadores da escola podem mandar seus pais te levarem em algum psiquiatra?
- Mas... Você... Você saiu da sala! Pensei que a havia constrangido, e que estava magoada. Por qual inferno você saiu?
- Ou saía, ou iria rir de você em frente a todos. Aposto que não seria eu a ficar constrangida. Depois ainda me acusariam de bullying!
As primeiras reações foram de incompreensão, depois de medo. Que garota estranha. Mas não demorou muito para que a tez de Kya relaxasse, colocando uma mão na testa e a outra no ombro da amiga, aos poucos a boca ia contorcendo, tremendo, criando um sorriso, a respiração se tornava falha. Logo estava a gargalhar loucamente, e como em um bom companheirismo Hannah tratou de gargalhar junto.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Terceiro Capitulo [2 / 2]

Kya olhava seu planejamento para o final de semana, mas seus pensamentos não estavam lá, estavam em algum lugar diferente, uma dimensão só dela, onde as coisas faziam sentido. No mundo real, todos estavam prestando atenção na aula de Química, todos os alunos mantinham-se focados na fantástica explicação sobre Química Orgânica, tantos desenhos, cadeias e elementos, juntando em uma reação que parecia uma arte abstrata, assustador, porém sedutor, Química Orgânica sempre era exótica.
O professor fazia perguntas à sala sobre algumas características de alguns compostos, dando dicas para não errar.

- Então galerinha, se eu tiver a hidroxila ligada diretamente a um benzeno, ele será um álcool?

Não, estava tudo errado, as pessoas tinham que atualizar a mente, deviam pensar por si mesmas. Era um conflito na mente de Kya, a cada minuto ela se estressava com a futilidade humana, talvez ela mesmo fosse fútil com sua lista de planos.

- Turminha? E então?

Não, estava errado.

- Ninguém vai responder?

Ela tinha que desabafar, o mundo teria que escutá-la.

- Vamos, não é difícil.

Não, nada é impossível.

- Então, sim ou não?
- NÃO! NÃO É! – Gritou a poetiza de cabelos negros, no lado direito da sala. Todos a olharam perplexos, o que havia acontecido? Quando Kya percebeu que seu grito indignado não havia sido em sua mente, mas para todos da sala, ela olhou em volta assustada, esperando a reação de alguém. Olhou para Hana, até sua amiga parecia assustada, tinha até repousado as mãos sobre a boca. O que ela teria feito?
Hana levantou-se e saiu da sala sem nada a dizer. Deus, será que ela fez Hana se constranger?

- Sim Kya, você está certa, não é... Calma, é só um fenol, não é um álcool, você está certa. – O professor mantinha a voz de forma calma, tendo receio da próxima explosão da aluna.
- Desculpa, professor, eu não queria, eu juro, eu só... – Ela estava constrangida com seu vexame, queria se esconder e chorar, mal conseguia se explicar.
- Por que não vai beber uma água?

Ela levantou da cadeira, com a cabeça baixa saiu apressadamente da sala.

Terceiro Capitulo [1 / 2]

Kya sentia-se ansiosa pelo fim de semana em sua casa no campo. Não era nenhuma luxuosa fazenda, apenas uma casinha confortável de dois andares com uma vasta dimensão da natureza a sua volta, e era o fato de estar em meio a natureza, um cenário exótico, místico e sagrado, que a deixava excitada de tanta ansiedade. Alguns poderiam pensar que é uma enorme hipérbole dizer que Kya havia escrito três páginas de planejamentos, mas não era nenhum exagero, eram as mais verdadeiras três páginas de todo um lazer programado para o campo.
Kyarameru, como toda boa poetiza, era romântica e sonhadora, nenhum lugar inibia sua criatividade ou a impossibilitava de ter magníficos sonhos com grandes romances épicos. Até mesmo uma sala de aula, a fazia devanear de um romance proibido. Coisas proibidas a atraiam, sim, o proibido era perigoso, algo que não pode ser feito, e ela o faria por uma boa história. Pensar no proibido, às vezes a revoltava, ela entrava em seus transes filosóficos e discutia – geralmente com seres inanimados-, de que todos estavam errados, pois, nada era proibido. A ideia de não poder fazer, não passava de uma coleira que pessoas com poder colocavam nas pessoas, e que as mesmas pessoas difundiam e distorcia nessa coleira o chamado bom senso.

- Todos são cegos... Sempre estarão cegos.

Era decepcionante, ver a humanidade deixar cada vez mais o pensamento próprio de lado, e comprar um “pronto”. As pessoas não tinham mais sonhos, não, elas adquiriram planos feitos por outras pessoas, outras marionetes dos grandes chefes. E qual teria sido o papel dos grandes filósofos? Será que toda aquela maiêutica feita antes, agora não seria apenas assunto para se colocar no currilum escolar? Ela nunca entenderia o sentido que o mundo caminhava agora.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Segundo Capitulo [1 / 1]


Quanto mais poderia esconder aquele sentimento? Na verdade, o que era aquele sentimento? Hana estava divida entre aceitar seu amor por outra garota, e a repulsa por isso, pois, tudo e todos condenavam tal tipo de relacionamento porque desde os primórdios sempre fora considerado o normal, um casal feito de um individuo macho e o outro fêmea.
Então o que seria o amor? Agora não parecia que ele realmente era aquele ideal de um sentimento que não existe limites, parecia um cárcere que define como é o tipo de pessoa a qual você deveria amar. Revoltada, ela jogou a foto de Kya no chão, por que ela tinha que ser tão linda, inteligente, engraçada e romântica? Kya não tinha nada demais, poderia encontrar isso em qualquer garoto, mas, nenhum garoto a atraia como a sua melhor amiga a atraia. E quão suja Hana se sentia, enquanto sua ingênua amiga, pensa em uma amizade perfeita e plena, faz planos hollywoodianos para marcar e perpetuar aquela amizade, ela, Hana Bridget, tinha pensamentos amorosos e pervertidos, possuía sonhos obscenos e baixos. O que o amor faz com as pessoas? Enlouquece-as, horas! Mas não importava se estava louca, a um passo da insanidade, amar a Senhorita Write, era algo que fazia bem a sua alma. Sentia que se passasse uma semana sem ver Kya, adoeceria, teria uma febre terçã, morreria. Ela riu, parecia estar mais romântica e dramática que os poemas e a própria Kyarameru.
Ela pegou a foto do chão, ficou contente por não ter quebrado, olhou serenamente para amiga e beijou o vidro frio. Havia tomado uma decisão, revelaria tudo quando elas viajassem para uma casa de campo que a família de Kya passava alguns finais de semana. Colocou o porta-retrato sobre o criado mudo, após apagar o abajur ainda olhou a foto da garota, o seu doce amargo.

- Cumprirei a promessa... Nós ficaremos juntas. – Suave como o desabrochar de uma flor, Hana adormeceu em sonhos doces, porém de um futuro amargo.


Fim do Segundo Capitulo.