domingo, 20 de fevereiro de 2011

Terceiro Capitulo [1 / 2]

Kya sentia-se ansiosa pelo fim de semana em sua casa no campo. Não era nenhuma luxuosa fazenda, apenas uma casinha confortável de dois andares com uma vasta dimensão da natureza a sua volta, e era o fato de estar em meio a natureza, um cenário exótico, místico e sagrado, que a deixava excitada de tanta ansiedade. Alguns poderiam pensar que é uma enorme hipérbole dizer que Kya havia escrito três páginas de planejamentos, mas não era nenhum exagero, eram as mais verdadeiras três páginas de todo um lazer programado para o campo.
Kyarameru, como toda boa poetiza, era romântica e sonhadora, nenhum lugar inibia sua criatividade ou a impossibilitava de ter magníficos sonhos com grandes romances épicos. Até mesmo uma sala de aula, a fazia devanear de um romance proibido. Coisas proibidas a atraiam, sim, o proibido era perigoso, algo que não pode ser feito, e ela o faria por uma boa história. Pensar no proibido, às vezes a revoltava, ela entrava em seus transes filosóficos e discutia – geralmente com seres inanimados-, de que todos estavam errados, pois, nada era proibido. A ideia de não poder fazer, não passava de uma coleira que pessoas com poder colocavam nas pessoas, e que as mesmas pessoas difundiam e distorcia nessa coleira o chamado bom senso.

- Todos são cegos... Sempre estarão cegos.

Era decepcionante, ver a humanidade deixar cada vez mais o pensamento próprio de lado, e comprar um “pronto”. As pessoas não tinham mais sonhos, não, elas adquiriram planos feitos por outras pessoas, outras marionetes dos grandes chefes. E qual teria sido o papel dos grandes filósofos? Será que toda aquela maiêutica feita antes, agora não seria apenas assunto para se colocar no currilum escolar? Ela nunca entenderia o sentido que o mundo caminhava agora.

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