quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Primeiro Capitulo [2 / 6]

Ele tinha algum problema, só podia. Ela saiu revoltada da sala, que absurdo, ele não podia fazer isso, nem consideração ele teve, ela ainda se esforçou para entrar na aula dele! Encostou-se a uma parede e esperou a primeira aula acabar. Não demorou cinco minutos para que olhasse o relógio novamente. “Cadê agora, vamos ponteiro, você não estava tão apressado antes? Corre agora vai!”. Foi então que seu celular vibrou, quem mandaria uma mensagem agora? Mas tudo bem, talvez assim o tempo passasse mais rápido, olhou novamente o relógio e colocou a língua para o lado de fora como se debochasse dele.

Meu pedaço de doce amargo, não brigue com o seu relógio, ele não tem culpa se Einstein provou que o tempo é relativo. Você não está perdendo muito da aula não, alias, o professor acabou de dar uma questão que segundo ele, é quase certo cair no vestibular. Enfim amiga, até daqui a 35 minutos. Beijos, Hana.

Ousada essa garota, hein?! E como ela sabia que estava brigando com o relógio? Sorrateiramente, Kya esgueirou-se até a janela da sala, parecia até uma bailarina de tão ereta que estava para ver o que se passava lá dentro. Creio que a expressão ‘na ponta dos pés’ não se encaixaria naquela situação, mas ‘na ponta das unhas’ seria perfeito. Com muito esforço conseguiu ver parte da sala, via o professor, duas fileiras, e Hana. Ela fez alguns gestos para chamar a atenção da amiga, que ao vê-la olhou no relógio e escreveu algo no caderno, Kya olhava-a com um sorriso sapeca no rosto, o que ela estava aprontando? Quando Hana terminou, levantou o caderno deixando bem visível em letras garrafais e em negrito: 30 min.! Os gestos que Kya fazia para Hana foram de tanta algazarra que chamou a atenção do professor, ao perceber que ele tinha visto, ela engoliu apenas ar seco, estava encrencada. Deixou seu corpo escorregar pela parede e sentou-se no chão a espera do sermão, e a porta se abriu.
Ela tinha que confessar a cara de seu professor de Química transtornado, era de fato engraçada, parecia um balão multicolorido que ia explodir a qualquer momento. Ele era bonito, isso era outra coisa a se confessar, e ela muitas vezes sonhou com jantares magníficos ao lado do seu professor esquentadinho. Mas a surpresa não foi a cara dele de balão multicolorido, mas sim Hana sendo posta para fora da sala.

- Agora você brinca de mensagens no papel com sua amiga ai fora!- falou isso e bateu a porta contrariado.

De dentro da sala podia ouvi-lo reclamando e dizendo que odiava ser interrompido, e de que deveríamos crescer, pois agora estávamos em outra fase de nossas vidas, e também tinha o vestibular. Hana e Kya entreolharam-se, e depois de um silêncio curto, elas desabrocharam em risos, como podiam se encrencar assim tão facilmente?

- Você tinha que fazer aquilo? Não precisava me dizer os minutos, eu sabia muito bem que faltavam trinta e três minutos.
- Era trinta minutos, meu doce amargo. E quem não deveria ter feito todo aquele escândalo foi você, para começar, nem deveria estar espiando pela janela!
- Sim, senhorita dos desenhos rupestres...

Hana a olhou com uma cara sínica de ofendida, puxou então a amiga e abraçou forte.

- Se eu faço desenhos rupestres eu também irei agir como um humano de tal época. Uga-uga, Hana fazer cócegas em menina que perde o horário!

E com uma das mãos, Hana dava boas cócegas na amiga, Kya já se encontrava em prantos de tanto rir. Não adiantava tentar se livrar era impossível escapar do super abraço de Hana.

- Diz quem é a melhor amiga!
- É você Hana... Haha... É você Hana Bridget... Hahaha!
- E com quem você vai morar quando sairmos daqui?
- Vai ser com você Hana, para, por favor, estou sem ar já!
-Terei piedade da sua alma dessa vez Kyarameru Write... – Ela cessou o ataque de cócegas e ficou olhando Kya arrumar os cabelos. Tinha que admitir, não havia garota mais linda que Kya naquela cidade.

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