domingo, 20 de fevereiro de 2011

Terceiro Capitulo [2 / 2]

Kya olhava seu planejamento para o final de semana, mas seus pensamentos não estavam lá, estavam em algum lugar diferente, uma dimensão só dela, onde as coisas faziam sentido. No mundo real, todos estavam prestando atenção na aula de Química, todos os alunos mantinham-se focados na fantástica explicação sobre Química Orgânica, tantos desenhos, cadeias e elementos, juntando em uma reação que parecia uma arte abstrata, assustador, porém sedutor, Química Orgânica sempre era exótica.
O professor fazia perguntas à sala sobre algumas características de alguns compostos, dando dicas para não errar.

- Então galerinha, se eu tiver a hidroxila ligada diretamente a um benzeno, ele será um álcool?

Não, estava tudo errado, as pessoas tinham que atualizar a mente, deviam pensar por si mesmas. Era um conflito na mente de Kya, a cada minuto ela se estressava com a futilidade humana, talvez ela mesmo fosse fútil com sua lista de planos.

- Turminha? E então?

Não, estava errado.

- Ninguém vai responder?

Ela tinha que desabafar, o mundo teria que escutá-la.

- Vamos, não é difícil.

Não, nada é impossível.

- Então, sim ou não?
- NÃO! NÃO É! – Gritou a poetiza de cabelos negros, no lado direito da sala. Todos a olharam perplexos, o que havia acontecido? Quando Kya percebeu que seu grito indignado não havia sido em sua mente, mas para todos da sala, ela olhou em volta assustada, esperando a reação de alguém. Olhou para Hana, até sua amiga parecia assustada, tinha até repousado as mãos sobre a boca. O que ela teria feito?
Hana levantou-se e saiu da sala sem nada a dizer. Deus, será que ela fez Hana se constranger?

- Sim Kya, você está certa, não é... Calma, é só um fenol, não é um álcool, você está certa. – O professor mantinha a voz de forma calma, tendo receio da próxima explosão da aluna.
- Desculpa, professor, eu não queria, eu juro, eu só... – Ela estava constrangida com seu vexame, queria se esconder e chorar, mal conseguia se explicar.
- Por que não vai beber uma água?

Ela levantou da cadeira, com a cabeça baixa saiu apressadamente da sala.

Terceiro Capitulo [1 / 2]

Kya sentia-se ansiosa pelo fim de semana em sua casa no campo. Não era nenhuma luxuosa fazenda, apenas uma casinha confortável de dois andares com uma vasta dimensão da natureza a sua volta, e era o fato de estar em meio a natureza, um cenário exótico, místico e sagrado, que a deixava excitada de tanta ansiedade. Alguns poderiam pensar que é uma enorme hipérbole dizer que Kya havia escrito três páginas de planejamentos, mas não era nenhum exagero, eram as mais verdadeiras três páginas de todo um lazer programado para o campo.
Kyarameru, como toda boa poetiza, era romântica e sonhadora, nenhum lugar inibia sua criatividade ou a impossibilitava de ter magníficos sonhos com grandes romances épicos. Até mesmo uma sala de aula, a fazia devanear de um romance proibido. Coisas proibidas a atraiam, sim, o proibido era perigoso, algo que não pode ser feito, e ela o faria por uma boa história. Pensar no proibido, às vezes a revoltava, ela entrava em seus transes filosóficos e discutia – geralmente com seres inanimados-, de que todos estavam errados, pois, nada era proibido. A ideia de não poder fazer, não passava de uma coleira que pessoas com poder colocavam nas pessoas, e que as mesmas pessoas difundiam e distorcia nessa coleira o chamado bom senso.

- Todos são cegos... Sempre estarão cegos.

Era decepcionante, ver a humanidade deixar cada vez mais o pensamento próprio de lado, e comprar um “pronto”. As pessoas não tinham mais sonhos, não, elas adquiriram planos feitos por outras pessoas, outras marionetes dos grandes chefes. E qual teria sido o papel dos grandes filósofos? Será que toda aquela maiêutica feita antes, agora não seria apenas assunto para se colocar no currilum escolar? Ela nunca entenderia o sentido que o mundo caminhava agora.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Segundo Capitulo [1 / 1]


Quanto mais poderia esconder aquele sentimento? Na verdade, o que era aquele sentimento? Hana estava divida entre aceitar seu amor por outra garota, e a repulsa por isso, pois, tudo e todos condenavam tal tipo de relacionamento porque desde os primórdios sempre fora considerado o normal, um casal feito de um individuo macho e o outro fêmea.
Então o que seria o amor? Agora não parecia que ele realmente era aquele ideal de um sentimento que não existe limites, parecia um cárcere que define como é o tipo de pessoa a qual você deveria amar. Revoltada, ela jogou a foto de Kya no chão, por que ela tinha que ser tão linda, inteligente, engraçada e romântica? Kya não tinha nada demais, poderia encontrar isso em qualquer garoto, mas, nenhum garoto a atraia como a sua melhor amiga a atraia. E quão suja Hana se sentia, enquanto sua ingênua amiga, pensa em uma amizade perfeita e plena, faz planos hollywoodianos para marcar e perpetuar aquela amizade, ela, Hana Bridget, tinha pensamentos amorosos e pervertidos, possuía sonhos obscenos e baixos. O que o amor faz com as pessoas? Enlouquece-as, horas! Mas não importava se estava louca, a um passo da insanidade, amar a Senhorita Write, era algo que fazia bem a sua alma. Sentia que se passasse uma semana sem ver Kya, adoeceria, teria uma febre terçã, morreria. Ela riu, parecia estar mais romântica e dramática que os poemas e a própria Kyarameru.
Ela pegou a foto do chão, ficou contente por não ter quebrado, olhou serenamente para amiga e beijou o vidro frio. Havia tomado uma decisão, revelaria tudo quando elas viajassem para uma casa de campo que a família de Kya passava alguns finais de semana. Colocou o porta-retrato sobre o criado mudo, após apagar o abajur ainda olhou a foto da garota, o seu doce amargo.

- Cumprirei a promessa... Nós ficaremos juntas. – Suave como o desabrochar de uma flor, Hana adormeceu em sonhos doces, porém de um futuro amargo.


Fim do Segundo Capitulo.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Primeiro Capitulo [6 / 6]

- Hana...
- Sim, minha cara Write?
- Assim como o Sol e a Lua se completam, como o ar é indispensável para nós, e as estrelas alimentam nossos sonhos, você promete me completar sempre que me faltar um pedaço de alegria, ser-me indispensável quando eu precisar de carinho e alimentar meus sonhos quando eu desistir deles?

Uma lágrima encheu os olhos de Hana. Calmamente ela se levantou e pos a mão sobre o rosto da garota, o vento passava suave naquele momento fazendo os cabelos negros e sedosos voarem, parecia uma pintura, Kya era tão real e tão empírica ao mesmo tempo. Hana encostou sua cabeça na da amiga, podendo ficar rosto a rosto, sorriu quase chorando.

- Se um dia o ar acabar, eu me torno como ele para você poder respirar, se um dia lhe faltar motivos, eu lhe trago um céu deles para continuar a lutar. Se você me pedir o mundo, eu o coloco a seus pés para que você veja que nada é impossível quando realmente se quer. Meu mundo é viver você Kya, eu te amo...

Imediatamente Kya a abraçou, suas lágrimas rolavam pelo rosto descontroladamente, mas ela estava feliz. Sim, não podia ser mais feliz do que naquele momento, agora ela sabia que nada iria separar as duas, seriam amigas para sempre.

- Ah Hana... Eu também amo muito você, minha melhor amiga!

Melhor amiga... Sim, era desse modo que ela a enxergava, como amiga. Hana deixou-se chorar também, mas por dor, doía saber que amava alguém que nunca teria, mas ela a amava tanto que não tinha coragem de se afastar. O amor é dor. Mas ela não queria sentir tanto assim.

Primeiro Capitulo [5 / 6]

Ela só podia estar de brincadeira, estava fazendo aquilo para estressar mais ainda o coitado? Hana deixou escapar um pequeno riso, mas logo se recompôs para que o professor não notasse nada. Não demorou muito para que as aulas do dia terminassem, não demoraria mesmo, afinal, Kya tinha chegado com sua total inspiração de baderna.
Elas sempre caminhavam juntas para casa, e o caminho sempre era o mesmo, pelo parque. Ambas gostavam de sentar embaixo de um grande carvalho a beira de um lago artificial, e ficar sentindo a brisa fresca que passava por ali. Às vezes deitavam na grama e brincavam de adivinhar os desenhos nas nuvens, e sempre que faziam isso, Kya começava a filosofar, virava uma grande pensadora. Geralmente ela falava da complexidade do ser humano e de como eles são cegos por não notarem em simples coisas, as soluções para grandes problemas. Então pegava uma mecha do cabelo de Hana e colocava sobre os olhos, ela afirmava que era assim que seu caminho se iluminava e seu coração se tranqüilizava; com a presença da sua Flor do Sol. Era fato que ao escutar tudo isso Hana sofria, pois sabia que era apenas um simples sentimento de amizade e irmandade que emanava dos lábios ligeiramente carnudos de Kya.

- Senhorita Bridget, você está calada hoje. Geralmente me interromperia com frases do tipo, “Elementar minha cara Write”, ou então o típico “É”, que me informa que você já está entediada com meus devaneios. Será que devíamos ir para casa? É fome que sente?

De certo modo era sim, fome que Hana sentia. Mas não era aquela fome que sentimos, quando nosso estômago está vazio, ou quando estamos ansiosos, ou até mesmo quando nosso corpo precisa de mais energia, Hana sentia fome de amor, ela desejava sanar sua fome nas curvas de Kya, saciar sua sede no cheiro e no suor do corpo da garota após horas de amor.

- Não sinto muita fome, estou como sempre. Se não interferi, foi porque não desejei interromper seu belo discurso, sua voz é tão suave que me fez devanear em seus pensamentos, isso não é elementar, minha cara Write?

Kya deixou-se rir por um breve instante, levantou-se e ficou a observar a amiga, ela era linda, parecia uma fada. Um sorriso preencheu seu rosto, ela tinha uma fada, e sabia que ao lado dela, poderia realizar todos os seus desejos e livrar-se de todos os seus medos, estava feliz por ter uma amiga de verdade.

Primeiro Capitulo [4 / 6]

Elas se assustaram quando tocou o sinal, olharam para baixo desanimadas, tinham mesmo que voltar para a sala? Ali estava tão bom! Kya permaneceu de cabeça baixa, ela não iria precisar de Química, pelo depois do vestibular, nunca mais saberia o que era entalpia, ou estequiometria, ou química orgânica, apenas iria estudar a literatura e os outros idiomas. Então para que Química? Futuramente ela iria descobrir que, até a química, era extremamente fundamental para uma poesia mais ousada, enquanto isso apenas permaneceu de cabeça baixa, como se esperasse a guilhotina cair em seu pescoço. Foi então que sentiu uma suave mão repousar em seu braço, Hana, olhou para frente e viu a amiga sorrindo, era uma forma de encorajá-la a não desistir, qual seria o motivo de morrer na praia depois de nadar todo o mar? Sem que Hana esperasse, Kya voou em direção a garota, abraçando-a forte.

- Hana... Obrigada.

Hana sentiu as maçãs do rosto corar, controlou-se para manter o coração tranquilo, até que envolveu Kya em um abraço caloroso, dando um beijo na testa em sinal que estava tudo bem, levantou-se e abriu a porta da sala.
Quando entraram na sala, a recepção calorosa do olhar cheio de desdém do professor, fez com que as duas garotas caminhassem para seus lugares sem dizer nada. Bem, não era para falar nada.

- A que horas será a decapitação senhor carasco? Agora já está na hora de tocar aquelas músicas de morte? – Kya ousava, e gostava de provocar seus professores, ainda mais se eles fossem fáceis de serem irritados.
- Creio que não foi o bastante para a senhorita, ficar um horário fora da sala. Para quem vai fazer vestibular, você não parece preocupada em perder aulas, que curso você fará mesmo, Kya?
- Qualquer um que não me faça lembrar essa sua cara de menino criado com avó, caro e ilustríssimo professor. –Fez uma reverencia com toda a ironia que possuía, desencadeando na sala uma torrente de gargalhadas. Ele virou-se para o quadro e retomou o assunto com um timbre de voz exaltado, todos se calaram, sabia que qualquer deslize seria seriamente mortal naquele momento. Kya sentou na carteira a frente de Hana, abriu o caderno como se fosse copiar o assunto do quadro. Passado dez minutos, o professor ainda estava irritado, e irritava-se mais ainda quando Kya respondia corretamente todas as suas perguntas.
Hana prestava atenção na aula, era uma boa aluna, sempre foi muito esforçada, e sempre tentou entender como a sua melhor amiga conseguia ser melhor que ela sendo que ela nem se quer tocava nos livros. Foi então que um papelzinho caiu em sua mesa:

Ele ainda está irritado, quantas perguntas terei que responder para termos uma chuva de pedaços de balão multicolorido?
Beijos do seu doce amargo. :)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Primeiro Capitulo [3 / 6]

Havia três anos que Hana se mudou para a cidade de Kya, ela possuía cabelos louros como os raios de sol, pele branca como uma princesa nórdica, os garotos ficavam loucos pelos olhos azuis e o corpo magro e sinuoso dela. Quando conheceu Kya, Hana tinha acabado de perder o pai, então Kya fora a melhor coisa que havia acontecido em sua vida, apartir daquele dia elas não se desgrudavam mais, quase sempre Hana dormia na casa de sua nova melhor amiga, nova e amada amiga.
Quantas vezes havia dito que amava Kya? Muitas, mas era certo que ela pensava que era coisa de amigas. Sim, amigos diziam que amavam uns aos outros, mas Hana realmente amava sua amiga, e a desejava como mulher, a queria ao seu lado, queria amá-la. A noite tinha sonhos intermináveis com ela, sonhava que Kya recitava poemas para ela, e que prometia que iriam ficar juntas para sempre. Ela sonhava com suas mãos percorrendo cada centímetro do corpo da amiga, que puxava os cabelos negros dela e sentia aquele cheiro doce.

- Kyarameru... Volta...

Então acordava do seu sonho. Era realmente um sonho. Hana sentia o coração pesar, porque a amava? Porque Kya não sentia o mesmo? Certa vez que elas foram passear no parque, Kya havia achado uma flor amarela que parecia com o Sol e tinha a mesma cor dos cabelos dourados de Hana.

- Você é como essa flor Hana, sabia que seu nome em japonês significa flor?

Quantas idiomas ela falava? Ela sempre a surpreendia com novos vocabulários, não, ela a surpreendia com qualquer coisa, Kya era como uma caixa de surpresas.

- Aonde você quer chegar com isso, Kya?
- Quero dizer que você é a minha flor, uma flor que o Sol deu para mim. Sim... – passou a mão pelo cabelo de Hana e sorriu- você é a minha Taiyo no Hana, minha flor do Sol.

E foi ali que o coração de Hana acelerou, seus olhos brilharam, sentiu borboletas no estômago e ouviu sinos, foi ali que se apaixonou por Kya.

Primeiro Capitulo [2 / 6]

Ele tinha algum problema, só podia. Ela saiu revoltada da sala, que absurdo, ele não podia fazer isso, nem consideração ele teve, ela ainda se esforçou para entrar na aula dele! Encostou-se a uma parede e esperou a primeira aula acabar. Não demorou cinco minutos para que olhasse o relógio novamente. “Cadê agora, vamos ponteiro, você não estava tão apressado antes? Corre agora vai!”. Foi então que seu celular vibrou, quem mandaria uma mensagem agora? Mas tudo bem, talvez assim o tempo passasse mais rápido, olhou novamente o relógio e colocou a língua para o lado de fora como se debochasse dele.

Meu pedaço de doce amargo, não brigue com o seu relógio, ele não tem culpa se Einstein provou que o tempo é relativo. Você não está perdendo muito da aula não, alias, o professor acabou de dar uma questão que segundo ele, é quase certo cair no vestibular. Enfim amiga, até daqui a 35 minutos. Beijos, Hana.

Ousada essa garota, hein?! E como ela sabia que estava brigando com o relógio? Sorrateiramente, Kya esgueirou-se até a janela da sala, parecia até uma bailarina de tão ereta que estava para ver o que se passava lá dentro. Creio que a expressão ‘na ponta dos pés’ não se encaixaria naquela situação, mas ‘na ponta das unhas’ seria perfeito. Com muito esforço conseguiu ver parte da sala, via o professor, duas fileiras, e Hana. Ela fez alguns gestos para chamar a atenção da amiga, que ao vê-la olhou no relógio e escreveu algo no caderno, Kya olhava-a com um sorriso sapeca no rosto, o que ela estava aprontando? Quando Hana terminou, levantou o caderno deixando bem visível em letras garrafais e em negrito: 30 min.! Os gestos que Kya fazia para Hana foram de tanta algazarra que chamou a atenção do professor, ao perceber que ele tinha visto, ela engoliu apenas ar seco, estava encrencada. Deixou seu corpo escorregar pela parede e sentou-se no chão a espera do sermão, e a porta se abriu.
Ela tinha que confessar a cara de seu professor de Química transtornado, era de fato engraçada, parecia um balão multicolorido que ia explodir a qualquer momento. Ele era bonito, isso era outra coisa a se confessar, e ela muitas vezes sonhou com jantares magníficos ao lado do seu professor esquentadinho. Mas a surpresa não foi a cara dele de balão multicolorido, mas sim Hana sendo posta para fora da sala.

- Agora você brinca de mensagens no papel com sua amiga ai fora!- falou isso e bateu a porta contrariado.

De dentro da sala podia ouvi-lo reclamando e dizendo que odiava ser interrompido, e de que deveríamos crescer, pois agora estávamos em outra fase de nossas vidas, e também tinha o vestibular. Hana e Kya entreolharam-se, e depois de um silêncio curto, elas desabrocharam em risos, como podiam se encrencar assim tão facilmente?

- Você tinha que fazer aquilo? Não precisava me dizer os minutos, eu sabia muito bem que faltavam trinta e três minutos.
- Era trinta minutos, meu doce amargo. E quem não deveria ter feito todo aquele escândalo foi você, para começar, nem deveria estar espiando pela janela!
- Sim, senhorita dos desenhos rupestres...

Hana a olhou com uma cara sínica de ofendida, puxou então a amiga e abraçou forte.

- Se eu faço desenhos rupestres eu também irei agir como um humano de tal época. Uga-uga, Hana fazer cócegas em menina que perde o horário!

E com uma das mãos, Hana dava boas cócegas na amiga, Kya já se encontrava em prantos de tanto rir. Não adiantava tentar se livrar era impossível escapar do super abraço de Hana.

- Diz quem é a melhor amiga!
- É você Hana... Haha... É você Hana Bridget... Hahaha!
- E com quem você vai morar quando sairmos daqui?
- Vai ser com você Hana, para, por favor, estou sem ar já!
-Terei piedade da sua alma dessa vez Kyarameru Write... – Ela cessou o ataque de cócegas e ficou olhando Kya arrumar os cabelos. Tinha que admitir, não havia garota mais linda que Kya naquela cidade.

Primeiro Capitulo [1 / 6]

Essa história parece ser um romance comum. Duas pessoas se apaixonam, enfrentam obstáculos e lutam em nome do amor. Essa história não era para ter o final que esperava, era para terminar tudo bem, devia terminar assim, e desse modo Kya continuava a se lamentar em sua poltrona no canto da janela.

Vamos ao inicio. Em uma dessas super capitais movimentadas, dessas que são cheias de avenidas, passarelas, arranha-céus, pessoas, carros e lojas, uma jovem de longos cabelos negros olhava para o relógio atordoada, estava atrasada, não podia de forma alguma atrasar-se para a aula. Kyarameru Write, era mais uma colegial, estava finalmente completando o ensino médio, estava preparando-se para a vida universitária, e na noite passada havia reparado que seus seios estavam crescendo um pouco mais, será que era assim que se mudava para a vida adulta? Kya não era muito alta, mas possuía um corpo delicado e encantador, era dona de um dom de saber lidar com as palavras, toda vez que suas mãos seguravam uma caneta e a fazia repousar sobre um papel, surgia textos belíssimos e surpreendentes. Não é preciso ir muito longe para perceber que essa jovem era uma daquelas românticas dos contos de fadas.

Andou mais um pouco, sempre olhando para o relógio. “Ponteiro, por que você não para um pouco? Senhor ponteiro, você parece cansado, por que NÃO PARA?!”, e desse jeito ela conversava baixinho com seu relógio que continuava mostrar que ela estava atrasada. Chegou então sem perceber ao colégio, e do mesmo jeito distraída, acabou tombando em alguém e caiu no chão.

- Tsc... Que droga, quem colocou essa pessoa na minha frente?- resmungava enquanto esfregava a mão na testa.
- Sim, sim, Senhorita Write, mais uma vez atrasada. Kya, já pensou em comprar um despertador?

A voz vinha de uma garota loura um pouco maior que Kya. Ao abrir os olhos, a jovem desastrada sorriu, o que via não era ninguém menos que sua melhor amiga, Hana Bridget.

- Oh Hana, eu juro, meu travesseiro disse que estava doente, e eu não pude deixá-lo sozinho... Sabe como são as doenças de hoje em dia.
-Sim eu sei, e você sofre de uma gravíssima, se chama sinismo. Agora levanta desse chão, para de falar com o seu relógio, e entra já na sala.
- Jä main Führer! – Dizia fazendo uma continência dos alemães quando saudavam Hitler.

Entrou tentando não ser notada, era aula de Química, será não existia uma aula sem menos cálculos e reações empíricas? Afinal, você ter que imaginar uma molécula se movimentar, trocar elétrons e se juntar com outra molécula, é completamente surreal. Ela não sabia se o pior era a Química ou o professor, e era dele que ela tentava quase que inutilmente não ser notada.

- São sete e trinta, Kya...você sabe que não posso deixar você entrar.
- Queridíssimo professor, é claro que você pode, afinal, o senhor não está me vendo, na verdade eu estou sentada no meu lugarzinho de sempre na frente da Hana, eu só vim aqui dizer como o senhor está bonito hoje.
- Cai fora Kya, espera pelo segundo horário.